terça-feira, 8 de junho de 2010

A EMPRESA MODERNA E A COMUNICAÇÃO QUE REALMENTE IMPORTA

Amauri Marchese *

Mais de 10 anos já se passaram deste terceiro milênio. Os desafios dessa nossa época não têm precedentes na história da humanidade. Estamos assustados pelas ameaças ecológicas à nossa biosfera e inconformados com as atitudes dos nossos governantes.

Estamos assistindo, com os olhos vidrados de perplexidade, a uma mudança de hábitos e atitudes. Mirando o espelho das novas realidades do século 21, está mais do que provado: dinheiro não é riqueza, consumo não é felicidade e informação não é conhecimento.

Todas as grandes transformações que ocorreram na História apoiaram-se na comunicação, que é um sistema composto de uma série de ações permanentes e integradas. Por isso que, cada vez mais, a comunicação apresenta-se no mundo empresarial como um instrumento da gestão, imprescindível à conquista de resultados positivos.

Diante desse quadro, não há outro caminho que não o de uma nova comunicação, a comunicação transformadora, que constrói novos saberes, que mobiliza novas frentes coletivas, que conscientiza, que favorece a paz, fortalece e legitima um futuro coletivo sustentável.

Temos de ressaltar os pilares nos quais se apóia a comunicação organizacional deste século. Sem ordem de importância, o primeiro deles é a tecnologia. O suporte eletrônico oferece à comunicação uma agilidade ímpar, proporcionando o aumento significativo – e rápido – do volume de informações fornecidas aos públicos que gravitam ao redor das organizações.

O segundo deles diz respeito à sustentabilidade empresarial. Grande parte da comunicação gerada pelas organizações privilegia atualmente questões relacionadas ao crescimento sustentável, à Governança Corporativa, ao papel muito mais amplo que possuem perante a sociedade.
O conceito de cidadania empresarial vem sendo cada vez mais discutido e praticado. O exercício da responsabilidade social ajuda as organizações a serem reconhecidas não só como produtoras de bens ou prestadoras de serviços, mas como instituições que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e para o desenvolvimento e crescimento do país. Como frisou o empresário Edson Vaz Musa, “a Organização atua numa realidade dinâmica. Sob pena de incompatibilizar-se com a sociedade, precisa integrar-se, interagir e até mesmo sofrer com ela”.
E por último, uma tendência da comunicação emocional sobrepujar a racional. Cada dia mais as pessoas são atraídas, tocadas, seduzidas, cativadas por uma comunicação mais colorida, mais quente, mais próxima.


Para terminar, diante desse cenário podemos afirmar que a comunicação desempenha, hoje, papel preponderante no processo de construção e solidificação da imagem e da reputação das organizações. Roberto de Castro Neves, em sua obra Imagem Empresarial, ressalta que “de nada adiantará fazer tudo como manda o figurino – como conhecer a fundo seu mercado e seus produtos, projetar planos e realizar esforços – se a imagem da empresa não refletir credibilidade ou se sua comunicação falhar”.

A reputação passa a ser, portanto, um fator decisivo para o crescimento das empresas. Se a imagem da organização não for positiva, esse fato certamente afetará seu desenvolvimento, fazendo-a sucumbir perante concorrentes que desfrutam de uma reputação mais consistente.


* Amauri Marchese é professor de pós-graduação na ESPM e consultor nas áreas de Comunicação e Marketing. amaurimarchese@uol.com.br

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